terça-feira, 7 de outubro de 2014

On 05:36 by Erminio Melo   No comments

O fanfarrão Lula leva peia até em sua cidade

Lula sofre derrota em casa e pupilos não emplacam
Além do mau desempenho de Padilha e Lindbergh, o PT assistiu à sua bancada federal enxugar nas urnas
SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria dois dias de descanso para “recuperar um pouco a garganta”, mas teve de cancelar a folga. Nesta segunda-feira, já estava no instituto que leva seu nome para avaliar o mau desempenho do partido nas urnas. Suas duas apostas pessoais, Alexandre Padilha, em São Paulo, e Lindbergh Farias, no Rio, fracassaram. O cenário do estado de São Paulo foi o pior possível: a presidente Dilma Rousseff perdeu em cidades governadas pelo PT e na própria São Bernardo do Campo, dirigida por Luiz Marinho, um dos coordenadores da campanha à reeleição
Até para Marina Silva (PSB) Dilma perdeu em Mauá, governada pelo PT e uma das maiores cidades do ABC Paulista. Perdeu para Aécio Neves (PSDB) em Santo André, comandada pelo petista Carlos Grana, forte aliado de Lula, e nas cidades petistas de Guarulhos, Osasco e São José dos Campos, onde ela e Lula participaram de comícios, carretas e caminhadas. Na periferia da capital, onde Lula chegou a fazer três atos políticos por dia, o jogo ficou dividido entre Dilma e Aécio, que ganhou em São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Campo Limpo. A representação do PT paulista perdeu cinco deputados, fechando as contas em dez cadeiras. No plano nacional, o partido caiu de 88 vagas para 70.
As derrotas do PT são históricas em São Paulo, mas Lula, no mês passado, fez questão de destacar em um discurso que ele próprio ganhou no segundo turno contra o tucano José Serra em 2002, quando foi eleito presidente pela primeira vez. Naquela época, era ele quem incorporava o espírito de mudança. Hoje, sua legenda é a da continuidade. Desta vez, no entanto, a votação de Dilma foi ainda menor do que no primeiro turno de 2010, contra o mesmo Serra.
Há pelo menos duas semanas, o ex-presidente tem culpado o próprio partido pela anunciada derrota de Padilha. No ano passado, diante das manifestações de junho, criticou a legenda por ter perdido a ponte com as ruas. Lideranças do partido evitam dizer que seu líder principal tenha perdido prestígio. Outras dizem que faltou empenho do ex-presidente, como no Rio, onde os aliados de Lindbergh dizem que o senador fez sua campanha sozinho, uma vez que o PT e a presidente Dilma não queriam ferir suscetibilidades com os candidatos aliados de outras legendas, como os dois que foram para o segundo turno: Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB)

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