terça-feira, 28 de abril de 2015

On 07:59 by Erminio Melo   No comments
BNDES comprometeu 25% de seu patrimônio
com a Petrobras
luciano-coutinho-bndes-20110406-original
Montante pode fazer com que o banco de desenvolvimento seja desenquadrado das normas do Banco Central. Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)(Vanderlei Almeida/AFP/VEJA)
Utilizado para financiar os pesados investimentos da Petrobras, sobretudo aqueles com foco no incentivo à indústria local, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está tão comprometido com a petroleira que a questão já preocupa a instituição de fomento, segundo fontes de mercado. Cruzamento de dados feito pelo �Estado� aponta um comprometimento total, incluindo participação acionária, de 64,2 bilhões de reais, montante que poderá deixar o BNDES desenquadrado das regras do Banco Central (BC) a partir de julho.
O montante comprometido considera o valor de exposição de crédito - o quanto um banco ainda tem a receber de um cliente. Além disso, a participação acionária é incluída no comprometimento total, pois as regras do BC determinam que nenhum banco comprometa mais de 25% do patrimônio de referência com um único cliente. O patrimônio do BNDES é de 97,85 bilhões de reais - ou seja, o limite equivale a 24,46 bilhões de reais, bem abaixo de 64,2 bilhões de reais.
O BNDES só não está desenquadrado no BC por causa de uma série de exceções previstas em normas do Conselho Monetário Nacional (CMN). O problema é que uma das exceções - que permite ao banco de fomento excluir participações acionárias do cálculo - tem prazo de validade: a partir de 1o de julho, pela resolução 4.089/2012 do CMN, o BNDES terá de voltar a incluir as ações da Petrobras e será obrigado a reduzir o excedente até 2024.
"A exposição dos bancos públicos à Petrobras é excessiva", diz o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas. Um calote dessas dívidas poderia exigir aportes de dinheiro público nos bancos federais, mas diversos analistas consideram esse risco baixo, no caso da Petrobras.

0 comentários: