sábado, 30 de agosto de 2014

On 11:41 by Erminio Melo   No comments

Marina dispara e PT já assume que ela ganha no 1o. turno

marinasilva Dilma aecio_neves
Amigos!!!!
Dá pra construir um “tratado” com o tema Marina Silva, especialmente agora que os números do Ibope aproximam-na de Dilma do PT e distanciam-na de Aécio do PSDB. Seu discurso de 3a. via, o “fato novo”, atinge o eleitor em cheio e ninguém questiona a necessidade do presidente ter base política sólida para governar, como faz Dilma que criou 39 ministérios e loteou seu Governo justamente com os “aliados” de plantão. E o que tem Marina?  Comprando-a com Dilma e Aécio, não tem nada, apenas uma “porrada” de votos e uma cara sofrida, mas já testada nas urnas quando teve  20 milhões de votos em 2010, obtidos por um partido que desidratou-a politicamente antes de se desfazer dela..  Tem mais: muita sorte, embora neste quesito fica estranho apontar como vantagem  porque tal refere-se à morte do titular. Dai pra frente, a sua condução política tem sido certeira e absolutamente competente, especialmente pela correta interpretação do momento eleitoral e do cenário político.
Apesar dos números e do PT acharem que nem Lula a derrotaria nestas eleições, conforme comentário de bastidor do Claudio Humberto, este jogo eleitoral está longe de uma desfecho final. No entanto, já é possível algumas ponderações tendo Marina como presidente.  E a primeira delas é que suponho que ela não teria a soberba de exigir ser chamada de presidentA , como faz Dilma, contrariando a nossa gramática. Afinal, não existe comandanta, mas comandante. É o caso. E a segunda é que na eventualidade de ser eleita, construiria um currículo político invejável, porque derrotaria uma presidente em pleno mandato e o último político vivo com carisma, que é o Lula da Silva.
Mas, considerando sua eleição como realidade – e ainda no plano das hipóteses – ela teria que construir uma base política para ajudá-la a governar e isso significa desarmar o esquema que já funciona azeitado em Brasilia há  mais de 20 anos, tendo o PMDB como partido de plantão que dá sustentação ao governante de plantão.  Contudo, neste quesito em especial, o pouco que se viu dela no debate e na bancada do Jornal Nacional, essa construção política não deve se dar a qualquer preço. Não seria errado imaginá-la recorrendo aos melhores quadros políticos deste País com base em alguns princípios, dentre os quais a seriedade e responsabilidade. Mesmo que se conte nos dedos o número destes perfis em Brasilia, eles existem e eu conheço ao menos um, dos melhores e mais sérios.
A Marina é matreira, habituada aos caminhos da selva, à trilha dos seringais na mata fechada e aos seus perigos naturais. Na política, os caminhos são igualmente tortuosos e perigosos, até mais. Ela sabe que precisa de apoio para governar e seu último recado na bancada do Jornal Nacional teve alvo certo: os políticos presidenciáveis. Ao dizer que só vai governar por 4 anos, ela isolou os caciques do PSDB e do PT e abriu espaço para  futuros candidatos a presidente que têm uma inevitável dificuldade de enfrentar o Mercadante (eventual sucessor de Dilma na hipótese dela sair vitoriosa) e o próprio Aécio, que em caso de derrota, continuaria com o “direito” de tentar mais uma vez. Marina foi matreira e certeira com esta colocação. Afinal, hoje, qual liderança política, com aspiração presidencial,  não vai querer o sucesso dela, caso eleita, e ter seu apoio nas futuras eleições presidenciais daqui a 4 anos, e não daqui a 8 anos?
Mas, como disse, são apenas ilações. Não são verdades absolutas, porque no jogo da política as variáveis – mesmo as mais simples e intangíveis – costumam alterar o humor e a vontade de quem realmente manda: o eleitor.
O fator Marina, na verdade, dá o que pensar e o PT pode estar certo em achar que com ela “o boi já levou a porteira no peito com corda e tudo”. Aprendi esse ditado lá em Minas.
Vou incluir, de última hora, um comentário do Reinaldo Azevedo que achei dos mais chiques:
“…Deveriam (os petistas) se lembrar da fala de Walker, do filme “Queimada”, de Gillo Pontecorvo: fogo não atravessa o mar, mas ideias, sim. Marina encarna uma abstração, um valor, não uma proposta objetiva de mudança. E isso quer dizer que seu poder de contaminação é muito maior…” Neste artigo ele afirma, com propriedade, que o PT se preparou para combater o PSDB e não Marina Silva. O ditado do boi, que mencionei acima, está se confirmando

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