sábado, 13 de dezembro de 2014

On 17:57 by Erminio Melo   No comments
Graça Foster sabia das irregularidades na Petrobras
antes da Operação Lava-Jato, diz Valor Econômico
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Alerta foi feito pela ex-funcionária da empresa Venina Velosa da Fonseca, que enviou e-mails à atual presidente da estatal
Documentos obtidos pelo jornal "Valor Econômico" e publicados nesta sexta-feira comprovam que a atual diretoria da Petrobras sabia das irregularidades em contratos da estatal muito antes da Operação Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal em 17 de março deste ano. O alerta foi feito pela gerente afastada da empresa, Venina Velosa da Fonseca, que enviou e-mails à atual presidente Graça Foster e a outros superiores, incluindo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Para Graça, Venina comunicou até as ameaças que sofrera após apresentar as denúncias.
De acordo com a reportagem, os desvios envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para serviços que não foram realizados na área de comunicação, em 2008; superfaturamento de US$ 4 bilhões para mais de US$ 18 bilhões nos custos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; e contratações atuais de fornecedores de óleo combustível das unidades da Petrobras no exterior que subiram em até 15% os custos.
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Além de Graça Foster, os desvios de dinheiro detectados pela ex-gerente foram comunidados a José Carlos Cosenza, substituto do delator Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento. Cosenza é atualmente o responsável pela Comissão Interna de Apuração de desvios na estatal. Para Graça foram enviados e-mails e documentos informando as irregularidades ocorridas tanto antes de ela assumir a presidência, em 2012, quanto depois. Em 2014, afirma o jornal, foram remetidas a Graça denúncias envolvendo os escritórios da estatal no exterior. Nenhuma providência foi tomada com relação a esse último caso, ocorrido sob a sua presidência.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras, em 29 de outubro, Cosenza afirmou nunca ter ouvido falar em desvios de recursos na estatal desde quando começou a trabalhar na Petrobras há 34 anos. No entanto, ele recebeu de Venina, nos últimos cinco anos, diversos e-mails e documentos com alertas a respeito dos mesmos problemas.
Venina Velosa da Fonseca estava na estatal desde 1990, onde ocupou diversos cargos. Ela começou a apresentar denúncias quando ainda era subordinada a Paulo Roberto como gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, entre novembro de 2005 e outubro de 2009. À época, Venina foi transferida para o escritório da Petrobras em Cingapura, na Ásia. Ela foi afastada em 19 de novembro e vai depor ao Ministério Público, em Curitiba, onde tramita o processo da Operação Lava-Jato.

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